Brazilian Journal of Respiratory, Cardiovascular and Critical Care Physiotherapy
https://bjr-assobrafir.org/article/5de15ee50e882583564ce1d5
Brazilian Journal of Respiratory, Cardiovascular and Critical Care Physiotherapy
Artigo Original

Fatores que alteram a pressão dos balonetes internos de tubos endotraqueais e a necessidade de sua monitorização

Factors that change the internal pressure cuffs of endotracheal tubes and the need for monitoring

Marco Correia Valois

Downloads: 0
Views: 839

Resumo

Introdução e Objetivo: A pressão intra balonete é o fator mais importante na gênese da lesão traqueal pós intubação, das quais as mais graves incluem ulceração, traqueomalácia e infecção respiratória. O objetivo deste estudo foi avaliar os fatores que contribuem para as pressões inadequadas relacionadas com a primeira pressão e como mantê-las em níveis seguros. Métodos: Participaram do estudo 150 pacientes de ambos os sexos. A primeira aferição dos balonetes foi associada com o diâmetro do tubo, sexo, idade, exteriorização e local de intubação. Após a primeira aferição a pressão foi ajustada para 25 cmH2 O e os pacientes foram divididos por ordem de internação em dois grupos: G1(mensurações realizadas pela manhã, tarde e noite) e G2 (mensurações realizadas pela manhã e tarde). Resultados: Foi realizado um total de 823 aferições. A média da primeira medida foi 53,54 ± 34,51 cmH2 O. Após a intervenção e regulação da primeira pressão conseguiu-se manter em níveis seguros 63% dos valores. Nenhuma variável estudada contribuiu isoladamente com a inadequação das primeiras pressões. A comparação entre o grupo G1 e o G2 apresentou associação significativa com OR = 1,66 (95% IC = 1,02 - 2,70, p = 0,029). Conclusão: Apesar dos fatores estudados não terem contribuído isoladamente para a inadequação dos valores pressóricos verificados, a ocorrência de pressões fora da normalidade foram frequentes. Assim uma rotina de mensurações por pelo menos duas vezes ao dia deve ser incentivada.

Palavras-chave

Estenose traqueal; Intubação traqueal; Monitorização; Pressão; Respiração artificial; Unidade de terapia intensiva.

Abstract

Introduction and Objective: The internal pressure cuffs of endotracheal tubes is the most important factor in the genesis of the lesion after tracheal intubation, the most serious of which include ulceration, tracheomalacia and respiratory infection. The aim of this study was to evaluate the factors that contribute to inappropriate pressures related to the first pressure and how to keep them at safe levels. Method: The study enrolled 150 patients of both sexes. The first measurement of the cuff was associated with tube diameter, sex, age, place of utterance and place of the intubation. After the first measurement the pressure was adjusted to 25 cmH2 O and patients were divided in order of admission into two groups: G1 (measurements performed in the morning, afternoon and night) and G2 (measurements performed in the morning and afternoon). Results: We made a total of 823 measurements. The average of the first measurement was 53.54 ± 34.51 cmH2 O. After the intervention and adjusting the first pressure could be maintained at safe levels 63% of values. No variable studied in isolation contributed to the inadequacy of the first pressure. Comparisons between the group G1 and G2 showed a significant association with OR = 1,66 (CI 95% = 1,02 - 2,70, p = 0,029). Conclusion: Despite the factors studied in isolation did not contribute to the inadequacy of their hair pressure checked, the occurrence of pressure off of normality was frequents. Thus a routine of measuring at least twice a day should be encouraged.

Keywords

Intensive care units; Intubation tracheal; Monitoring; Respiration artificial; Tracheal stenosis; pressure.

Referências

1. Fagundes FES. Traqueomalacia com tubos traqueais de alta complacência. Rev Bras Anestesiol. 1989;39(1):47-9.

2. III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. Fisioterapia no paciente sob ventilação mecânica. J Bras Pneumol. 2007;33(Supl 2):S142-S150.

3. Peña ELC, Gregori WM, Piccinini Filho L, Vieira JE, Mathias LAST. Determinação de volumes e pressões de balonetes de tubos traqueais insuflados com ar ambiente ou óxido nitroso. Rev Bras Anestesiol. 2004 Maio/Jun;54(3):335-42.

4. Juliano SRR, Juliano MCR, Cividanes JP, Holy JGS, Gebara OCE, Cividanes GVL et al. Medidas dos níveis de pressão do balonete em unidade de terapia itensiva: considerações sobre os benefícios do tratamento. Rev Bras Ter Intensiva. 2007 Jul/Set;19(3):317-21.

5. Navarro LHC, Braz RC, Pletsch AK, Amorim RB, Módolo NSP. Estudo comparativo das pressões do balonete de tubos traqueais contendo ou não válvula reguladora de pressão de Lanz. Rev Bras Anestesiol. 2001 Jan/Fev;51(1):17-27.

6. Barbosa PMK, Santos BMO. Determinação do volume de ar no “cuff ” de sondas endotraqueais. Rev Bras Enferm. 1996 Abr/Jun;49(2):225-38.

7. Braz JRC, Navarro LHC, Takata IH, Junior PN. Endotracheal tube cuff pressure: need for measurement. Sao Paulo Med J. 1999 Nov 4;117(6):243-7.

8. Godoy ACF, Vieira RJ. Pressões intracuff: método econômico para calibragem. Rev Ciênc Méd. 2006 Maio/Jun;15(3):267-9.

9. Diaz E, Rodrigues AH, Rello J. Ventilador- associated Pneumonia Issues related to the artificial airway. Respir Care. 2005 Jul;50(7):900-9.

10. II Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. J Bras Pneumol. 2000;26(Supl 2):S1-S68.

11. Castilho EC, Braz JRC, Catâneo AJM, Martins RHG, Gregório EA, Monteiro ER. Efeitos da pressão limite (25 cmH2 O) e mínima de “selo” do balonete de tubos traqueais sobre a mucosa traqueal do cão. Rev Bras Anestesiol. 2003 Nov/Dez;53(6):743-55.

12. Martins RHG, Dias NH, Braz JRC, Castilho EC. Complicações das vias aéreas relacionadas a intubação endotraqueal. Rev Bras Otorrinolaringol. 2004 Set/Out;70(5):343-8.

13. Ono FC, Andrade APA, Cardoso FPF, Melo MHO, Souza RN, Silva GHC et al. Análise das pressões de balonetes em diferentes angulações da cabeceira dos pacientes internados em unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2008;20(3):220-5.

14. Martinelli LMB, Boas PJFV, Queluz TT, Yoo HHB. Determinantes morfológicos de prognóstico em pneumonia nasocomial: um estudo de caso. J Bras Pneumol. 2010 Jan/Fev;36(1):51-58.

15. Gomes GPLA, Rezende AAB, Almeida JDP, Silva IL, Beresford H. Cuidados de enfermagem para pacientes com tubo orotraqueal: Avaliação realizada em unidade de terapia intensiva. Rev Enferm UFPE On Line. 2009;3(4):20-5.

16. American Thoracic Society, Infectious Diseases Society of America. Guidelines for the management of adults with hospital-acquired, ventilator-associated, and healthcare-associated pneumonia. Am J Respir Crit Care Med. 2005 Feb;171(4):388-416.

17. Halpern H, Cremonesi E. Complicações da intubação traqueal – 2° parte. Rev Bras Anestesiol. 1991;41(2):139-142.

18. World Health Organization (WHO). Physical status: the use and interpretation of anthropometry. WHO Technical Report Series n. 854. Geneva: WHO; 1995.

19. Nordin U. The trachea and cuff-induced tracheal injury: an experimental study on causative factors and prevention. Acta Otolaryngol Suppl. 1977;345:1-71

20. Barbosa PMK, Santos, BMO. Alterações morfológicas em traquéias de pacientes intubados em função do tempo de intubação. Rev Latinoam Enferm. 2003 Nov/Dez;11(6):727-33.

21. Camargo MF, Andrade APA, Cardoso FPF, Melo MHO. Análise das pressões intracuff em pacientes em terapia intensiva. Rev Assoc Med Bras. 2006;52(6):405-8.

22. Paul BBRRT. Laboratory Evaluation of 4 Brands of Endotracheal tube cuff inflation. Respir Care. 2004 Feb;49(2):166-73.

23. Mehta S, Myat HM. The cross-sectional shape and circumference of human trachea. Ann R Coll Surg Engl. 1984 Sep;66(5):356-8.

24. Aranha AGA, Forte V, Perfeito JAJ, Leão LEV, Imaeda CJ, Juliano Y. Estudo das pressões no interior dos balonetes de tubos endotraqueais. Rev Bras Anestesiol. 2003 Nov/Dez;53(6):728-36.

25. Mendes FF, Hintz, L, Neto FB. Volume e pressão do balonete do tubo traqueal para oclusão da traquéia. Rev Bras Anestesiol. 1996;46(2):103-6.

26. Sue RD, Susanto I. Long-term complications of artificial airways. Clin Chest Med. 2003 Sep;24(3):457-71.

27. Stauffer JL, Olson DE, Petty TL. Complications and consequences of endotracheal intubation and tracheotomy: a prospective study of 150 critically ill adult patients. Am J Med. 1981 Jan;70(1):65-76.

28. Stanzani VLTDS, Ribeiro R, Silva ES, Pinto WM. Conhecimento Téorico Prático da Equipe Assistente sobre Manejo e Pressão do Balonete Endotraqueal. ConScientiae Saude. 2009;8(1);25-34.

5de15ee50e882583564ce1d5 1571231544 Articles
Links & Downloads

BJR

Share this page
Page Sections