Brazilian Journal of Respiratory, Cardiovascular and Critical Care Physiotherapy
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Brazilian Journal of Respiratory, Cardiovascular and Critical Care Physiotherapy
Artigo Original

Tabagismo e força muscular respiratória em adultos

Smoking and respiratory muscle strenght in adults

Luciana Bilitário Macedo, Leina de Souza Ormond, Laura Leonídia Araújo Gomes, Maira Carvalho Macedo

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Resumo

Introdução: o tabagismo é reconhecido como uma doença causada pela dependência à nicotina, podendo apresentar repercussões deletérias na função muscular respiratória. Objetivo: verificar se existe associação entre tabagismo e força muscular respiratória. Método: estudo transversal, com amostra formada por indivíduos tabagistas e não tabagistas com idade superior a 18 anos e moradores de comunidade de baixa renda. Todos responderam ao questionário internacional de atividade física (IPAQ); os tabagistas responderam ao questionário de Fargestrom que determina o nível de dependência ao fumo. Na avaliação foram avaliados: frequência cardíaca (FC), pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), pressão inspiratória máxima (PIMáx) e pressão expiratória máxima (PEMáx). Resultados: participaram 78 indivíduos (43 tabagistas e 35 não tabagistas). A média da PIMáx entre fumantes foi menor do que nos não fumantes (-88,1±23,4 cmH2 O vs -97,8±23,4cmH2 O), porém sem significância estatística (p=0,07). Quando comparados os valores de PIMáx entre tabagistas e não tabagistas associado ao nível de atividade física, indivíduos não tabagistas ativos tiveram maior PIMáx do que os ativos fumantes (-96,4±24,1 cmH2 O vs -83,6±19,9 cmH2 O; p=0,05). Não foram encontradas diferenças entre PEMáx em indivíduos tabagistas ou não. Houve tendência decrescente dos valores de PIMáx e PEMáx, quanto maior a dependência à nicotina (leve -93,4 ± 22,1 cmH2 O vs -90,4 ± 24,3 cmH2 O moderado versus -77,3 ± 22,8 cmH2 O grave; p=0,16). Conclusões: a PIMáx tendeu a menores valores entre os tabagistas e quando associada com nível de atividade física, a PIMáx foi maior entre os não tabagistas mais ativos na amostra.

Palavras-chave

Tabagismo; Força respiratória; Atividade física.

Abstract

Introduction: Smoking is recognized as a disease caused by nicotine dependence, with possible deleterious effects on respiratory muscle function. Objective: To verify whether smoking habit is associated to respiratory muscle strength. Method: cross sectional study with a sample consisting of smokers and nonsmokers over the age of 18 years, and residents of a low-income community. They answered the International Physical Activity Questionnaire (IPAQ). Additionally, smokers responded to the questionnaire Fargestrom that determines the smoking level of dependence. In the evaluation were assessed: heart rate (HR), systolic (SBP) and diastolic blood pressure (DBP), maximal inspiratory pressure (MIP) and maximal expiratory pressure (MEP). RESULTS: 78 patients (43 smokers and 35 nonsmokers) participated in the study. The mean MIP was lower among smokers than in nonsmokers (-88.1 ± 23.4 vs. -97.8 ± 23.4 cmH2 O), but without statistical significance (p = 0.07). When comparing the values of MIP between smokers and nonsmokers associated with level of physical activity, no-smokers and active subjects had a higher MIP than active smokers (-96.4 ± 24.1 vs. -83.6 ± 19.9 cmH2 O; p = 0.05). No differences were found between MEP in smokers and no-smokers. The degree of nicotinic dependence seemed to influence the MIP and MEP results, although without statistical significance (mild: -93.4 ± 22.1 vs moderate: -90.4 ± 24.3 cmH2 O vs severe: -77.3 ± 22.8 cmH2 O; p = 0.16). Conclusions: MIP tended to lower values in smokers. When associated with the physical activity level, the MIP was higher among active non-smokers.

Keywords

Smoking; Respiratory strength; Physical activity

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