Fatores que influenciam no sucesso do desmame da ventilação mecânica a partir da suspensão da sedação
Factors that influence success in weaning from mechanical ventilation after sedation interruption
Renato da Costa Teixeira, Anna Carolina Gomes, Carolina Arede Coelho
Resumo
A Ventilação Mecânica (VM) é a modalidade mais utilizada para suporte de vida na insuficiência respiratória aguda. Retirar o paciente da Ventilação Mecânica pode ser mais difícil do que mantê-lo. Objetivo: verificar os fatores que influenciam o grau de sucesso do desmame da ventilação mecânica, a partir da suspensão da sedação. Método: Trata-se de um estudo prospectivo do tipo transversal, aprovado pelo Comitê de Ética do HUJBB, através do Parecer nº 35175. A amostra foi constituída por 22 pacientes internados na UTI do Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), no período de 1º de janeiro de 2012 a 31 de dezembro de 2012. Foi aplicado a todos os indivíduos da pesquisa, o protocolo natural do hospital onde ocorreu a suspensão da sedação. Resultados: O tempo médio necessário para o desmame, após suspensão da sedação, foi de 9,05+20,28. O tempo médio para internação na unidade de terapia intensiva, desde a entrada no hospital, foi de 7,27+17,99. O tempo médio entre a internação na UTI e a entubação foi de 0,00+1,90. O tempo médio total de internação na UTI foi de 16,09+18,57. O tempo médio de ventilação mecânica, antes da suspensão da sedação, foi de 8,81+7,04. Houve correlação entre o tempo decorrido para o desmame da ventilação mecânica, após a suspensão da sedação em dias e o tempo total de permanência na ventilação mecânica em dias e com o número de complicações presentes. Conclusão: Quanto mais tempo o paciente permaneceu na ventilação mecânica mais tempo ele levou para desmamar, após a suspensão da sedação e a presença de complicações, parece contribuir no tempo para desmame.
Palavras-chave
Abstract
Mechanical ventilation (MV) is the most used modality for life support in acute respiratory failure. Remove patient from the mechanical ventilation might be harder than keeping it. Objective: to verify the factors that influence success in weaning from mechanical ventilation after sedation interruption. Method: It is a transversal study approved by Ethics Committee of the University Hospital João de Barros Barreto (HUJBB) (approval number 35175). The sample consisted of 22 patients admitted to the ICU of the HUJBB between January 1 and December 31 of 2012. For all the subjects in this study, the protocol of sedation interruption was applied. Results: The mean of time required to weaning after sedation interuption was 9.05+20.28. The time for admission in the ICU since entering the hospital was, on average, 7.27+17.99. The time between ICU admission and intubation was, on average, 0.00+1.90. The length of stay in the ICU was 16.09+18.57. The duration of mechanical ventilation before the sedation interuption was, on average, 8.81+7.04. There was correlation between the time spent in weaning from mechanical ventilation after sedation interruption in days and the total time spent in mechanical ventilation in days and the number of complications presented. Conclusion: The longer is the length of mechanical ventilation, the longer is the time spent in weaning from mechanical ventilation after sedation interruption and the presence of complications seems to influence on weaning.
Keywords
References
1. Fu C, Silveira LT, Bernardes SR. Indicações da ventilação mecânica. In: Sarmento GJV, editor. Princípios e prática da ventilação mecânica. Barueri: Manole; 2009.
2. Epstein SK. Weaning from ventilatory support. Curr Opin Crit Care. 2009 Feb;15(1):36-43.
3. Esteban A, Alía I, Tobin MJ, Gil A, Gordo F, Vallverdú I, et al. Effect of spontaneous breathing trial duration on outcome of attempts to discontinue mechanical ventilation. Spanish Lung Failure Collaborative Group. Am J Respir Crit Care Med. 1999 Feb;159(2):512-8.
4. Boles JM, Bion J, Connors A, Herridge M, Marsh B, Melot C, et al. Weaning from mechanical ventilation. Eur Respir J. 2007 May;29(5):1033-56.
5. Bouadma L, Lellouche F, Cabello B, Taillé S, Mancebo J, Doijat M, Brochard L. Computer-driven management of prolonged mechanical ventilation and weaning: a pilot study. Intensive Care Med. 2005 Oct;31(10):1446-50.
6. Kress JP, Pohlman AS, O’Connor MF, Hall JB. Daily interruption of sedative infusions in critically ill patients undergoing mechanical ventilation. N Engl J Med. 2000 May 18;342(20):1471-7.
7. Strom T, Martinussen T, Toft P. A protocol of no sedation for critically ill patients receiving mechanical ventilation: a randomised trial. Lancet. 2010 Feb 6;375(9713):475-80.
8. Esteban A, Anzueto A, Frutos F, Aliá I, Brochard L, Stewart TE, et al. Characteristics and outcomes in adult patients receiving mechanical ventilation: a 28-day international study. JAMA. 2002 Jan 16;287(3):345-55.
9. Kollef MH, Levy NT, Ahrens TS, Schaiff R, Prentice D, Sherman G. The use of continuous i.v. sedation is associated with prolongation of mechanical ventilation. Chest. 1998 Aug;114(2):541-8.
10. Girard TD. Living on the lighter side of sedation in the intensive care unit: is there a psychological cost. Crit Care Med. 2009 Sep;37(9):2654-5.