Brazilian Journal of Respiratory, Cardiovascular and Critical Care Physiotherapy
https://bjr-assobrafir.org/article/5dd53bc90e8825763ac8fca6
Brazilian Journal of Respiratory, Cardiovascular and Critical Care Physiotherapy
Artigo Original

Danos à saúde relacionados ao trabalho de fisioterapeutas que atuam em terapia intensiva

Damage to health work-related in physical therapists in acting in intensive care

Gustavo de Jesus Pires da Silva, Pedro Antonio Muniz Ferreira, Rute Pires Costa, Sulamizia Filmomena Costa de Jesus, Louise Aline Romão Gondim, Patricia Rodrigues Ferreira

Downloads: 21
Views: 1970

Resumo

Introdução: A unidade de terapia intensiva (UTI) apresenta contexto específico que expõe os profissionais a risco de adoecimento. Objetivo: Avaliar os danos à saúde relacionados ao trabalho de fisioterapeutas que atuam em UTI da rede hospitalar de São Luís/MA e fatores associados. Métodos: Estudo transversal com abordagem descritiva e analítica realizado em 14 UTI´s Adulto, pertencentes à rede hospitalar de São Luís/ MA. Para coleta de dados, foram utilizados um questionário para caracterização da amostra e a Escala de Avaliação de Danos Relacionados ao Trabalho (EADRT). Foi feita análise descritiva e bivariada dos dados e calculado o Coeficiente Alpha de Cronbach, a fim de verificar a consistência interna da EADRT. Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética do Hospital Universitário da UFMA. Resultados: Observou-se alta frequência (76,56%) de danos à saúde nos fisioterapeutas que trabalham em UTI, com destaque para o dano osteomuscular relacionado ao trabalho (54,69%). Os itens de maior média na EADRT foram: dores nas costas e dores nas pernas, indicando presença de danos ocupacionais. Dentre os danos não osteomusculares, destacaram-se os respiratórios (43,75%). Verificou-se influência negativa da maior carga horária de trabalho sobre a vida social. Não foi observada diferença na ocorrência de danos à saúde relacionados ao trabalho, segundo sexo, idade, tempo de atuação em UTI e carga horária de trabalho. Conclusão: Constatou-se elevada frequência de danos à saúde nos fisioterapeutas com atuação em UTI, destacando-se os danos osteomusculares e respiratórios.

Palavras-chave

Distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho; Danos relacionados ao trabalho; Risco ocupacional; Saúde do trabalhador; Unidade de Terapia Intensiva; Fisioterapia.

Abstract

Introduction: Intensive Care Units (ICU) have specifc setting which normally expose professionals to high risk of illness. Objective: To assess the damage of work and associated factors on health in physiotherapists working in ICUs of hospitals in São Luís – MA. Methods: This is a cross-sectional study with descriptive and analytical approach on 14 adults admitted to ICU in hospitals of São Luís - MA. Two self-applicable questionnaires were used: the first created by the authors was designed to characterize the sample whilst the second the Assessment Scale Damage Related to Work (EADRT). Descriptive and bivariate analysis of the data was performed and Cronbach’s alpha coefficient was calculated in order to check the internal consistency of EADRT. The research was approved by Ethics Committee for research of HUUFMA. Results: There was a high frequency (76.56%) of health damage in physiotherapists working in ICUs, especially work-related musculoskeletal disorder (54.69%). The items with the highest average in EADRT were: back pain and leg pain, indicating negative evaluation and the existence of occupational disease. Among non-musculoskeletal damage, the highlights were respiratory (43.75%). There was a negative influence of the higher workload on social life in the studied sample. No difference in the occurrence of work-related damage to health was observed regarding to sex, age, time in the ICU and workload. Conclusion: A high frequency of health consequences in physiotherapists working in ICUs, especially work-related musculoskeletal disorder and respiratory disorder were found.

Keywords

Work-Related Musculoskeletal Disorders; Work-Related Injury; Occupational Risk; Occupational Health; Intensive Care Unit; Physical Therapy.

Referências

1.Amaral MHSP, Pinheiro MP, La Cava AM. Riscos inerentes ao trabalho da equipe multiprofissional na unidade de terapia intensiva. Rev Acreditação. 2011;1(1):29-45.

2. Elias MA, Navarro VL. A relação entre o trabalho, a saúde e as condições de vida: negatividade e positividade no trabalho das profissionais de enfermagem de um hospital escola. Rev Latino-Am Enfermagem. 2006 Jul-Ago;14(4):517-25.

3. Santos FD, Cunha MHF, Robazzi MLCC, Pedrão LJ, Silva LA, Terra FS. O estresse do enfermeiro nas unidades de terapia intensiva adulto: uma revisão da literatura. SMAD Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. 2010;6(1):1-16.

4. Fogaça MC, Carvalho WB, Cítero VA, Nogueira-Martins LA. Estudo preliminar sobre o estresse ocupacional de médicos e enfermeiros em UTI pediátrica e neonatal: o equilíbrio entre esforço e recompensa. Rev Latino-Am Enfermagem. 2010 Jan-Fev;18(1):6 telas.

5. Tironi MOS, Nascimento Sobrinho CL, Barros DS, Reis EJFB, Marques Filho ES, Almeida A, et al. Trabalho e síndrome da estafa pro fissional (síndrome deburnout) em médicos intensivistas de Salvador. Rev Assoc Med Bras. 2009;55(6):656-62.

6. Raggio B, Malacarne P. Burnout in intensive care unit. Minerva Anestesiol. 2007 Apr;73(4):195- 200.

7. Ribeiro ACC, Lima TDV, Caldas AJM. Avaliação do nível de estresse dos enfermeiros que atuam em unidade de terapia intensiva. Rev Hospital Universitário UFMA. 1995;10(3):13-7.

8. Mazullo Filho JBR, Carneiro NS, Rocha GM, Lopes LCBC, Andrade MS, Rodrigues TA, et al. Risco biomecânico de técnicos de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva. ConScientiae Saúde. 2010;9(2):270-7.

9. Leite MA, Vila VSC. Dificuldades vivenciadas pela equipe multiprofissional na unidade de terapia intensiva. Rev Latino-Am Enfermagem 2005 Mar-Abr;13(2):145-50.

10. Miranda EJP, Stancato K. Riscos à saúde de equipe de enfermagem em unidade de terapia intensiva: proposta de abordagem integral da saúde. Rev Bras Ter Intensiva. 2008 Jan-Mar;20(1):68-76.

11. Adegoke BO, Akodu AK, Oyeyemi AL. Work-related musculoskeletal disorders among Nigerian Physiotherapists. BMC Musculoskelet Dis. 2008 Aug 18;9:112.

12. Salik Y, Özcan A. Work-related musculoskeletal disorders: a survey of physical therapists in Izmir-Turkey. BMC Musculoskelet Dis. 2004 Aug;5:27.

13. Mierzejewski M, Kumar S. Prevalence of low back pain among physical therapists in Edmonton, Canada. Disabil Rehabil. 1997 Aug;19(8):309-17.

14. West DJ, Gardner D. Occupational injuries of physiotherapists in North and Central Queensland. Aust J Physiother. 2001;47(3):179-86.

15. Ciarlini IA, Monteiro PP, Braga ROM, Moura DS. Lesões por esforços repetitivos em fisioterapeutas. Rev Bras Prom Saúde. 2005;18(1):11-6.

16. Pivetta AD, Jacques MA, Agne JE, Lopes LF. Prevalência de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho em fisioterapeutas. Lecturas: Educación física y desportes. 2005;10(80):28.

17. Souza d’Ávila L, Fraga Sousa GA, Sampaio RF. Prevalência de desordens musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho em fisioterapeutas da rede hospitalar SUS-BH. Rev Bras Fisioter. 2005 Maio-Ago;9(2):219-25.

18. Metzker CAB. O fisioterapeuta e o estresse no trabalho: estudo de caso em um hospital filantrópico da cidade de Belo Horizonte – MG [Dissertação]. Pedro Leopoldo (MG): Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo; 2011.

19. Formighieri VJ. Burnout em fisioterapeutas: influência sobre a atividade de trabalho e bem-estar físico e psicológico. [Dissertação]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina; 2003.

20. Rocha RC. Trabalho e risco biológico em uma unidade de terapia intensiva: prática cotidiana dos fisioterapeutas. [Dissertação]. Salvador (BA): Universidade Federal da Bahia; 2010.

21. Mendes AM. Psicodinâmica do trabalho: teoria, método e pesquisas. São Paulo: Casa do Psicólogo; 2007.

22. Campos JF. Trabalho em terapia intensiva: avaliação dos riscos para a saúde do enfermeiro. [Dissertação]. Rio de Janeiro (RJ): Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2008.

23. Couto DT. Prazer, sofrimento e risco de adoecimento dos enfermeiros e técnicos de enfermagem em unidade de terapia intensiva de um hospital público do Distrito Federal. [Dissertação]. Brasília: Universidade de Brasilia; 2008.

24. Acioli Neto ACF, Araújo RC, Pitangui ACR, Menezes LC, França EET, Costa EC, et al. Qualidade de vida e nível de atividade física de profissionais de saúde de unidades de terapia intensiva. Rev Bras Ativ Fis e Saúde. 2013 Nov;18(6):711-9.

25. Fronza FCAO, Teixeira LR. Perfil dos profissionais da saúde que trabalham em hospitais: relação entre sintomas musculoesqueléticos e qualidade de vida. Rev Bras Ciênc Saúde. 2010 AbrJun;8(24):53-61.

26. Bork BE, Cook TM, Rosecrance JC, Engelhardt KA, Thomason MJ, Wauford IJ, Worley RK. Work-related musculoskeletal disorders among physical therapists. Phys Ther. 1996 Aug;76(8):827-35.

27. Campo MA, Weiser S, Koenig KL. Job strain in physical therapists. Phys Ther. 2009 Sep;89(9):946-56.

28. Nishide VM, Benatti MCC, Alexandre NMC. Ocorrência de acidente do trabalho em uma unidade de terapia intensiva. Rev Latino-Am Enfermagem. 2004 Mar-Abr;12(2):204-11.

29. Virtanen M, Stansfeld SA, Fuhrer R, Ferrie JE, Kivimaki M. Overtime work as a predictor of major depressive episode: a 5-year follow-up of the whitehall ii study. PLoS One. 2012;7(1):e30719.

30. Viikari-Juntura E, Rauas S, Martikainen R, Kuosma E, Riihimäki H, Takala EP, Saarenmaa K. Validity of selfreported physical load in epidemiologic studies on musculoskeletal disorders. Scand J Work Environ Health. 1996 Aug;22(4):251-9.

5dd53bc90e8825763ac8fca6 1571231544 Articles
Links & Downloads

BJR

Share this page
Page Sections